quinta-feira, 24 de abril de 2008

TEORIA CLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO – ORGANIZANDO A EMPRESA

1. A ÉPOCA
Fenômenos ocorridos na segunda década do século XX:
Primeira guerra mundial (1914-1917), envolvendo a Europa e os Estados Unidos em operações militares conjuntas;
Enorme expansão dos meios de transporte com a indústria automobilística, as ferrovias e o início da aviação militar, civil e comercial;
Grande expansão dos meios de comunicação como o jornalismo e o rádio em ondas médias e curtas;
Surgimento da Teoria Clássica da Administração.

2. A OBRA DE FAYOL
Henry Fayol (1841-1925), o fundador da Teoria Clássica, nasceu em Constantinopla e faleceu em Paris, formou-se engenheiro e trabalhou em uma empresa de metalurgia e carbonífera.
Expôs sua Teoria de Administração no livro Administration Industrielle et Générale, publicado em 1916.

2.1. Funções básicas da empresa
Fayol salienta que toda empresa apresenta seis funções, a saber:
Funções Técnicas (produção de bens ou serviços de empresa);
Funções comerciais (compra, venda e permutação);
Funções financeiras (procura e gerência de capitais);
Funções de segurança (proteção e preservação dos bens e das pessoas);
Funções contábeis (inventários, balanços, custos e estatísticas);
Funções Administrativas
Funções Técnicas
Funções Comerciais
Funções Financeiras
Funções de segurança
Funções ContábeisFunções administrativas (integração de cúpula das outras cinco funções).
2.2. Conceito de Administração
O ato de administrar, segundo Fayol, é prever, organizar, comandar, coordenar e controlar (POC3).
Prever – visualizar o futuro e traçar o programa de ação;
Organizar – construir o duplo organismo material e social da empresa;
Comandar – dirigir e orientar o pessoal;
Coordenar – ligar, unir, harmonizar todos os atos e esforços coletivos;
Controlar – verificar que tudo ocorra de acordo com as regras estabelecidas e as ordens dadas.
2.3. Princípios Gerais da Administração
Divisão do trabalho – especialidade das tarefas e das pessoas para aumentar a eficiência;
Autoridade e responsabilidade - dar ordens e ser obedecido; prestar contas daquilo que faz;
Disciplina – cumprimento das normas, ordens e acordos estabelecidos;
Unidade de comando – cada empregado deve receber ordens de um só superior (autoridade única);
Unidade de direção – uma cabeça e um plano para cada conjunto de atividades que tenham o mesmo objetivo;
Subordinação dos interesses individuais aos gerais – os interesses gerais da empresa devem sobrepor-se aos interesses particulares das pessoas;
Remuneração do pessoal – deve haver justa e garantida satisfação para os empregados e para a organização em termos de retribuição;
Centralização – concentração da autoridade no topo da hierarquia da organização;
Cadeia escolar – linha de autoridade do escalão mais alto ao mais baixo em função do princípio do comando;
Ordem – um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar;
Eqüidade – amabilidade e justiça para alcançar a lealdade do pessoal;
Estabilidade do pessoal – a rotatividade do pessoal é prejudicial para a eficiência da organização;
Iniciativa – visualizar um plano e assegurar pessoalmente o seu sucesso;
Espírito de equipe – harmonia e união entre as pessoas são grandes forças para a organização.

3.1. Administração como Ciência
O ponto de partida dos autores da Teoria Clássica é o estudo científico da Administração, substituindo o empirismo e a improvisação por técnicas científicas – Ciência da Administração.
Fayol defendia a necessidade de um ensino organizado e metódico da Administração, de caráter geral para formar administradores, novidade para a época.

3.2. Teoria da Organização
A Teoria Clássica concebe a organização como se fosse uma estrutura (estrutura organizacional), com base na estrutura militar e na eclesiástica, tradicionais, rígidas e hierarquizadas.
3.2.1. Estrutura organizacional – constitui uma cadeia de comando, isto é, uma linha de autoridade que integra as posições da organização e define quem se subordina a quem.

3.3. Divisão do Trabalho e Especialização
A organização se caracteriza por uma divisão do trabalho claramente definida.
Enquanto a dm Científica se preocupava com a divisão do trabalho no nível do operário, fragmentando as tarefas deste, a Teoria Clássica se preocupava com a divisão no nível dos órgãos que compõem a organização (departamentos, divisões, seções, unidades etc).
Para a Teoria Clássica, a divisão do trabalho pode dar-se em duas direções, a saber:
Vertical – segundo os níveis da autoridade e responsabilidade (figura 2);
Horizontal – segundo os diferentes tipos de atividades da organização (departamentalização)

3.4. Conceito de Linha e Staff
A organização linear - preferência de Fayol – se baseia nos princípios de:
Unidade de comando ou supervisão única – cada pessoa tem apenas um único e exclusivo chefe;
Unidade de direção – todos os planos devem se integrar aos planos maiores que conduzem aos objetivos da organização;
Centralização da autoridade – toda autoridade máxima de uma organização deve estar concentrada em seu topo;
Cadeia escalar – a autoridade deve estar disposta em uma hierarquia, de maneira que todo nível hierárquico esteja subordinado ao nível imediatamente superior (autoridade de comando).
Para que os órgãos de linha possam se dedicar exclusivamente a suas atividades especializadas, tornam-se necessários outros órgãos prestadores de serviços especializados, denominados órgãos de staff ou de assessoria, que fornecem:
Serviços, conselhos, recomendações assessoria e consultoria – que esses órgãos não têm condições de prover por si próprios.

4. OS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO SEGUNDO URWICK

Princípio da especialização – cada pessoa deve exercer uma só função, o que determina uma divisão especializada do trabalho;
Princípio de autoridade – deve haver uma linha de autoridade claramente definida, conhecida e reconhecida por todos;
Princípio da amplitude administrativa (span of control) – cada superior deve ter um certo número de subordinados, variando de acordo com o nível e a natureza do cargo, a complexidade do trabalho e o preparo dos subordinados;
Princípio da definição – os deveres, autoridade e responsabilidade de cada cargo e suas relações com os outros cargos devem ser definidos por escrito e comunicados a todos.

5. APRECIAÇÃO CRÍTICA DA TEORIA CLÁSSICA

As principais criticas à teoria clássica são:
Abordagem simplista da organização formal - a organização é considerada em termos lógicos, rígidos e abstratos, sem considerar seu conteúdo psicológico e social com a devida importância, estabelecendo esquemas lógicos e preestabelecido, segundo os quais as organizações devem ser construídas e governadas;
Ausência de trabalhos experimentais a Teoria Clássica pretendeu elaborar uma ciência de administração para estudar e tratar a Administração substituindo e empirismo e a improvisação por técnicas científicas. Porém os autores clássicos fundamentam seus conceitos na observação e no senso comum;
Extremo racionalismo na concepção da Administração – apresentação racional e lógica das suas proposições sacrificando a clareza das suas idéias;

Teoria da máquina - a Teoria Clássica recebe essa denominação por considerar a organização sob o prisma do comportamento mecânico de uma máquina: a determinadas ações ou causas decorrem determinados efeitos ou conseqüências dentro de uma correlação determinística;
Abordagem de sistema fechado - a Teoria Clássica trata a organização como se fosse um sistema fechado, constituído de algumas variáveis perfeitamente conhecidas e previsíveis, e de alguns aspectos que são manipulados por meio de princípios gerais e universais.

Referências:CHIAVENATO, I. Introdução à Teoria Geral da Administração. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. pp. 79-95

2 comentários:

Anônimo disse...

Olá!!!
Vc me ajudou muito a fazer meu trabalho de Teoria Clássica!!!
Muito obrigada!!

Bjos Sú!

Anônimo disse...

Preciso saber quais empresas são exemplo de utilização da Toria de Fayol....tem como me responder!?