sexta-feira, 7 de março de 2008

CORAÇÃO

Coração, para que se apaixonou
Por alguém que nunca te amou
Alguém que nunca vai te amar
Eu vou fazer promessa
Para nunca mais amar
Alguém que só quis me ver sofrer
Alguém que só quis me ver chorar
Mas eu preciso sair dessa
Dessa de se apaixonar
Por quem só quer me fazer sofrer
Por quem só quer me fazer chorar
Mas é tão ruim quando alguém machuca a gente
O coração fica doente, sem jeito até pra conversar
Dói demais só quem ama sabe e sente
O que se passa em nossa mente
Na hora de deixar prá traz
Nunca mais eu vou provar do seu carinho
Nunca mais eu vou poder te abraçar
Ou será que vou viver melhor sozinho
E se for mais fácil pra me perdoar
Mas o amor, às vezes só confunde a gente
Não sei se com você é diferente
O amor, mas às vezes só confunde a gente
Não sei se com você pode ser diferente

Aviões do Forró
Composição: Dorgival Dantas

A CÂMERA QUE FILMA OS DIAS


A luz que eu vi naquele dia escuro e ruim
Era a luz por encomenda para te filmar
Teus gestos solitários pela lente sem fim
E lento o tempo parecia desfocar
Tanta coisa escapa sem o olho vere as vezes as imagens vem nos assaltar
Ter te visto assim sem jeito e sem querer
Foi o tiro certo para começar
Nosso enredoEnquanto a vida passa no seu vai-e-vem
Não demora a porta já fechou ali no armazém
O desfecho tenho ainda nas paredes que grafitei
Eu não me lembro o dia que isso tudo comecei
A Câmera que filma os dias deu um giro e parou
Na lojinha da cidade com o preço bom
Era um dia de inverno quando você chegou
Se não fosse teu abraço compraria um moleton
Nosso enredo Enquanto a vida passa no seu vai-e-vem
Não demora a porta já fechou ali no armazém
O desfecho tenho ainda nas paredes que grafitei
Não me lembro o dia que isso tudo comecei
Só não gosto de filme manjado
Eu vou ficando cheio vou ficando farto
Não me faz esse tipo ensaiado
Não inventa pose que eu fico invocado
Só não gosto de filme manjado
Eu vou ficando cheio vou eu vou ficando farto
Não me faz esse tipo ensaiado
Não inventa pose que eu fico invocado
A luz que eu vi naquele dia escuro e ruim
Essa imagem não se cansa de me assaltar
A Câmera que filma os dias tomou conta de mim
e passei aquele inverno inteiro a te focar
Enquanto a vida passa no seu vai-e-vem
Não demora a porta já fechou ali no armazém
O desfecho tenho ainda nas paredes que grafitei
Eu não me lembro o dia que isso tudo comecei
Ana Carolina
Composição: Ana Carolina e Totonho Villeroy

VAI


Espera aí! Nem vem com essa estória
Eu nem quero ouvir Não adá pra te esquecer agora Como assim? 'Cê disse que me amava tanto ontem Eu juro que ouvi
Calma aí! Que diabo você tá dizendo agora?
Que onda é essa de outro lance pra viver?
Você nem pode tá falando sério... Vivi pra você Morri pra você
Pois então vai! A porta esteve aberta o tempo todo Sai!
Quem tá lhe segurando? Você sabe voar
Pois então vai! A porta na verdade nem existe Sai!
O que está esperando? Você sabe voar
Então tá bom! É, senta e conta logo tudo devagar
Não minta, não me faça, suportar
Você caindo nesse bismo enorme Tão fora de mim
Tá legal! É, e eu faço o quê com a nossa vida genial? '
Cê vai viver pra outra vida e eu fico aqui
Na vida que ficou em minha vida Tão perto de mim
O que está esperando?
Você sabe voar Uhuu, de volta pra mim
De volta pra mim...
Musica Ana Carolina Foto: Bel

POEMA DE MULHER

Que mulher nunca teve:
Um sutiã meio furado,
Um tio meio tarado Ou um amigo meio viado?
Que mulher nunca tomou:
Um fora de querer sumir,
Um porre de cair Ou um lexotan prá dormir ?
Que mulher nunca sonhou:
Com a sogra morta, estendida,
Em ser muito feliz na vida Ou com uma lipo na barriga?
Que mulher nunca pensou
Em zunir uma panela, Jogar os filhos pela janela Ou que a culpa era toda dela ?
Que mulher nunca penou:
Prá ter a perna depilada,
Prá aturar uma empregada Ou prá trabalhar menstruada ?
Que mulher nunca acordou:
Com um desconhecido ao lado,
Com o cabelo desgrenhado Ou com o travesseiro babado ?
Que mulher nunca comeu:
Uma caixa de Bis,pela mais pura ansiedade,
Uma alface, no almoço, por vaidade Ou, um canalha por saudade ?
Que mulher nunca apertou:
O pé no sapato prá caber,
A barriga prá emagrecer Ou um ursinho prá não enlouquecer?
Que mulher nunca jurou
Que não estava ao telefone,
Que não pensa em silicone Ou que "dele" não lembra nem o nome ?
NÃO SE ENVERGONHE CASO SE IDENTIFICAR COM TUDO, OU QUASE TUDO!
Só mesmo as mulheres para entender o significado deste poema !

MULHERES TODAS DE ALMAS

Não me bastam os cinco sentidos para perceber-lhes toda a beleza. Não me bastam os cinco sentidos para viver com totalidade o mistério profundo que elas trazem consigo. Eu tenho é que tocá-las, cheirá-las, acariciá-las, penetrar-lhes o sorriso, sentir o seu perfume, beijar-lhes o céu da boca, ouvir suas histórias, transformá-las em deusas.
Tenho que dar-lhes o amor que o meu corpo conduz e sustenta-me a alma. O belo amor natural de todos os corpos e almas e coisas do mundo. Como espelho de paixões em labareda, tenho que sentir nos seus olhos um raro brilho diamante.
Eu as respeito e as venero, com a graça de um cisne satisfeito nadando num lago tranqüilo e a ousadia de um touro selvagem recém-despertado. Não lhes faço perguntas, não as pressiono por nada, não quero mudá-las jamais. Sempre imagino o que possam sonhar, e procuro suavemente entrar no sonho delas. Cavalgo o vento para visitar-lhes as razões, as emoções, as loucuras.

E como um deus escandaloso e surpreso por sua própria criatura, eu entro então no coração de cada uma delas, deliciosamente, como se entrasse numa pulsante catedral. Mergulho na essência dos seus desejos e cada vez me espanto mais com tanta fantasia, com tanta formosura.

Os cinco sentidos, por não serem precisos, ainda não bastam, e eu preciso mais do que isso para compreendê-las.Toda mulher é silenciosa por dentro. A existência pura se manifesta em cada detalhe. Assim na terra como no céu, amar as mulheres é uma experiência religiosa. E eu as amo, fina substância, como deve amar quem ama de verdade -- incondicionalmente. Sem ciúmes. Eu amo as morenas, as loiras, as baixinhas, as altas, as lindas, as quase feias. Amo as virtuosas, as magras, as gordinhas, as diabólicas, as tímidas, e até as mentirosas.

As iluminadas, as pecadoras, e as santíssimas. Amo as virgens, as pobres, as ricas, as loucas, as muito vivas, as inocentes. As bronzeadas pelo sol, e as branquinhas. As inteligentes, e as nem tanto. Desde que sensíveis, eu amo as jovens, as velhas, as solteiras, as casadas, as separadas. As bem-amadas, e as abandonadas. As livres, e as indecisas. E se me dessem o poder, o tempo, e, principalmente, a chance, eu a todas elas daria, todos os dias, um orgasmo cósmico e sublime. Poeticamente.

Apanharia flores silvestres, tomaria sol com todas elas. Andaríamos descalços na areia, contemplaríamos crepúsculos cor de abóbora, jantaríamos à luz de velas, dançaríamos, tomaríamos vinho branco, olharíamos as estrelas. E eu lhes faria poesias de amor. Puro como um anjo, amaria cada uma delas eternamente — uma por vez. Com delicadeza, com doçura, com profundidade, com inocência. Entusiasmado, como se cada uma fosse a única. Como se no mundo inteiro não houvesse mais nada, nem ninguém.

Todas as noites, passaria cremes e encantos no seu corpo. Falaria sobre fábulas, contaria histórias românticas, as veria dormir. Ao som de Vangelis, velaria por um tempo o sono delas, e de madrugada, antes do sol raiar, antes do primeiro pássaro cantar, as cobriria com o resto de luar que ainda houvesse, e sairia em silêncio. Como um felino lógico, sensual e saciado, deslizaria pelo cetim azul-celeste dos lençóis, saltaria por sobre todas as metáforas -- e sorrindo iria embora.

Enfim, se fosse Deus, eu com certeza não mais cuidaria do universo e dessas coisinhas banais. Não iria ficar controlando o destino das pessoas, o tempo, a pressa, os compromissos, as horas, o caminho dos planetas, a economia, o cotidiano, o infinito, a Internet, a geografia... Não!
Eu somente iria amar as mulheres, como elas merecem. E como nunca foram amadas.
Só isso, definitivamente. Nada mais, nada mais!

Edson Marques

MULHERES

Mulheres serenas, promessas de nada.
mulheres de vento, de sopro divino,
mulheres de sonho, mulheres sentido,
mulheres da vida, melhor ter vivido...
Mulheres de tempo, em que tudo que havia fazia sentido,
mulheres que eu vejo, no sol de janeiro,
mulheres saídas de potes de vidro,
mulheres faceiras, as mais feiticeiras, melhor ter sorrido...
mulheres de tantos e tantos perigos,
mulheres de vinho e de vã harmonia, mulheres convívio,
mulheres no cio, as mais parideiras, melhor ter nascido...
mulheres de luzes e de absinto,
mulheres que um dia sonhei colorido,
mulheres de santos,
mulheres de igrejas, as mais rezadeiras, melhor sacrifício
mulheres que um dia deitaram comigo,
mulheres tão lindas e de maior juízo,
mulheres de danças, as tranças nos ombros, meus olhos caídos....
mulheres que fecham a vã poesia,
mulheres que o ouro não tem nem princípio,
mulheres de outono, o seu abandono, melhor ter carinho...
mulheres de um tempo em que estive sozinho,
mulheres de riso abrindo janelas,
mulheres que sonham, seu sono macio, melhor o seu ninho....
mulheres do dia e da noite, eternos,
mulheres que lutam, raízes na terra,
mulheres que as feras, no meio da noite, não mais intimidam...
mulheres espera, no mar do abandono,
mulheres teares, tecendo seu linho,
mulheres tão loucas, Seu beijo na boca, uma taça de vinho....
de Vito Cesar

terça-feira, 4 de março de 2008

EU SEM CORES


Você pode me ver do jeito que quiser 
Eu não vou fazer esforço pra te contrariar
De tantas mil maneiras que eu posso ser 
Estou certa que uma delas vai te agradar...
Porque eu sou feita pro amor da cabeça aos pés 
E não faço outra coisa do que me doar
Se causei alguma dor não foi por querer 
Nunca tive a intenção de te machucar...
Porque eu gosto é de rosas
De rosas Acompanhadas de um bilhete me deixam nervosa...
Toda mulher gosta de rosas
 Muitas vezes são vermelhas, mas sempre são rosas...
Se teu santo por acaso não bater com o meu 
Eu retomo o meu caminho e nada a declarar 
Meia culpa cada um que vá cuidar do seu 
Se for só um arranhão eu não vou nem soprar...
Porque eu sou feita pro amor da cabeça aos pés 
E não faço outra coisa do que me doar