quarta-feira, 4 de agosto de 2010

ETERNO



O que sobra é a secura da palavra
todas as coisas são perecíveis
a carne, o sangue que escorre
inflama, esvai, se vai
só a arte há de ficar

Sob a aparência viciada
nosso olhar extrai o significado
das coisas, mas o fundo delas
está ainda a ser desvendado

Moldamos o mundo
imaginado por nós
para o tornar suportável
nada é natural

A beleza é um conceito
de fragilidade e incerteza
espírito sutil e luminoso
sob o profundo instinto de existir
Um verso novo
atinge a terra
lentamente surge
nos rostos iluminados
voa até pousar na alma


ANGELA WARLET



Nenhum comentário: