quarta-feira, 17 de setembro de 2008

LIDER e LIDERANÇA

João Pedro Stedill - MST
Eduardo Suplicy - Dep.Federal
Isabel Cristina - Euzinha

1. INTRODUÇÃO


A liderança é uma das temáticas que tem merecido mais atenção por parte de investigadores e profissionais dos diversos sectores de atividade. Considera-se um tópico fundamental nas relações de trabalho, uma vez que os liderados identificam o estilo de liderança como um fator desencadeador dos conflitos institucionais. Ao mesmo tempo, as incompatibilidades pessoais e/ou profissionais entre líder e liderado(s), a co-existência de lideranças formais e informais, bem como, a integração dos diferentes estilos ao longo da cadeia hierárquica de uma organização, são apenas parte da complexidade e subjetividade inerente ao tema.


Durante muitos anos, a liderança foi estudada e entendida como um traço de personalidade, isto é, dependendo exclusivamente de características pessoal e inata do ser humano. Atualmente, percebe-se que uma atitude de liderança depende da aprendizagem social do indivíduo e, por isso mesmo, pode ser treinada/aperfeiçoada gradativamente.

Apesar disso, persistem inúmeras dúvidas. São muitos os trabalhos realizados em torno da temática, bem como, focos e níveis de análise; talvez por isso sejam inúmeras as confusões conceituais relacionadas a liderança, nomeadamente aquela que equipara liderança a chefia. Na verdade, o conceito de liderança e o exercício in-formal da mesma nem sempre estão associados de forma direta.
As organizações, para alcançar os objetivos que se propõem e se atribuem, organizam-se a elas próprias. A ação de organizar pressupõe trabalho conjunto ou ação concertada. Dai aparecem necessidades de gerar acordos e de gerir expectativas, criar linguagens comuns e de encontrar soluções aceitáveis para problemas que enfrentam em conjunto. A definição e alcance de um objetivo necessita de atividades ‘políticas’ ou ‘estratégica’, no sentido em que implica escolhas e preferências, definição de prioridades, formação de alianças e “coligações” que visem o bem de todos os envolvidos.

2. DEFINIÇÃO DE CONCEITOS

A liderança está intimamente relacionada com as competências de comunicação e de transmissão de idéias. Assim, tem sido muito complicado definir o que é ser líder e o que é Liderança, havendo inúmeras definições para este elaborado conceito.
Bass (1990, cit in Rego, 1998) refere que “existem quase tantas definições de liderança quantas as pessoas a tentar defini-la”.
· É o papel que se define pela freqüência com que uma pessoa influencia ou dirige o comportamento de outros membros do grupo (McDavid e Herrara, s/d);
· É a capacidade para promover a ação coordenada, com vista ao alcance dos objetivos organizacionais (Gomes e colabs., 2000);
· É um fenômeno de influência interpessoal exercida em determinada situação através do processo de comunicação humana, com vista à comunicação de determinados objetivos (Fachada, 1998);
· É um processo de influência e de desempenho de uma função grupal orientada para a consecução de resultados, aceites pelos membros dos grupos. Liderara é pilotar a equipa, o grupo, a reunião; é prever, decidir, organizar (Parreira, 2000);
· É a capacidade de influenciar pessoas para que se envolvam voluntariamente em tarefas para a concretização de objetivos comuns.
Assim, enquanto que a liderança pode ser vista como um fenômeno de influência interpessoal, o líder pode ser percebido como a quele/a que decide o que deve ser feito e faz com que as pessoas executem essa decisão. Deste modo, o líder será avaliado pelos resultados simbólicos, mais do que pelos resultados substantivos – ‘ser responsável é aceitar ter que responder por algo perante alguém’.
Pode ser dizer que o líder é a pessoa que presta contas de ante a organização. E a prestação de contas é uma prestação discursiva. Por isso, a prestação do líder conta e o seu discurso produz efeitos que importa ter em conta. (Gomes e colabs., 2000).
Neste sentido é importante, atender ao modo como o líder é visto pelos outros na sua função de liderar, bem como atender à percepção que o próprio líder tem acerca do modo como utiliza a sua liderança.


O líder deve avaliar o seu próprio estilo, auto-percepcionar-se, ser auto-critico e questionar-se sempre. O líder não pode perder a sensibilidade pessoal, não pode perder a capacidade de perdoar e entender seus liderados,

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