terça-feira, 24 de março de 2009

TEXTO DE ABERTURA DO SEMINÁRIO



Não é uma preocupação pessoal o tema desse seminário. Amazônia: Comunidades Tradicionais e Mineradoras são quatro grandes palavras que devem chamar a atenção de todos nós, porque, por um bom tempo elas deverão fazer de nossas vidas. E não somente porque estamos localizados numa região tão rica naturalmente, mas acima de tudo, porque são palavras que se unem a uma outra chamada progresso.
Amazônia: Comunidades Tradicionais, Mineradoras, Progresso, Dinheiro...

Hoje, o mundo reconhece mais do que nunca, a necessidade de se repensar a importância da vida em harmonia com a natureza e de um progresso diferente daquele a que estamos acostumados ver historicamente, no qual quem perde é a humanidade e quem ganha é o capital.

Nesses dias em que são constantes os tsunamis, o aquecimento global, e tantos outros fenômenos desastrosos da natureza, também devem ser constantes as ações como esta, que buscam colocar frente a frente autoridades, empresários, movimento social, acadêmicos, educadores e toda a gente interessada num real progresso, não só para a Amazônia, mas para todas as outras regiões deste planeta, onde o verde ainda é sinônimo de paraíso e esperança.

Longe de ser uma ação puramente emotiva, este evento foi pensado em razão de um fato real, ocorrido no dia 28 de janeiro, na base da Alcoa no município de Juruti. Quando manifestantes pacíficos foram duramente repreendidos pela ação policial. O que poderia ter sido evitado. Mas também não estaremos aqui somente para lamentar o que passou. Ao contrário, pretendemos estabelecer o diálogo e realizar o debate necessário para sairmos com mais conhecimento e consciência do assunto.

Sabemos que isso não vai resolver o problema de ninguém. Mas vai suscitar, quem sabe, outros questionamentos, outras respostas e iniciativas em favor do bem comum para a nossa região. E estas palavras serão apenas palavras de abertura de um seminário que tem uma causa nobre.

Para concluir, vale lembrar um fato muito positivo, e que ninguém podia imaginar há uma década atrás. O primeiro fórum social mundial na Amazônia. Pela primeira vez, autoridades, intelectuais de todo o mundo e nativos da região estiveram frente a frente para discutir um novo mundo possível. A transformação social demora, mas o mundo está em crise. E isso é um bom sinal. Tenham todos e todas um excelente seminário.

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