Dizem que os
incomodados é que devem se retirar. Concordo. Se alguma coisa me incomoda,
abandono o barco. Chuto o tal do balde. Ficar insistindo em uma coisa que não
vai dar certo nunca é a minha especialidade. Manter namoros estressantes,
amizades interesseiras e desrespeitosas, empregos sem futuro não faz muito
sentido na minha cabeça tento até o ultimo minuto. Desculpe minha mania de ser
clichê, mas a vida é muito curta pra ficar perdendo tempo com quem não quer
nada, com quem é oportunista, com quem é parasita.
Não é nada
fácil me aguentar, eu sei. Sou implicante. Pouco tolerante. Pirracenta. Falo o
que penso. Faço o que tenho vontade na maioria das vezes. E pior: sou adepta de
uma filosofia de vida muito objetiva que eu mesma desenvolvi: “Quer? Quer. Não
quer? Não quer”. Diga logo que não quer, não fique me enrolando com medo de me
magoa, pois o eu descobrir. E é assim que eu gostaria que agissem comigo. Não
me quer, cai fora vida logo. Se quer? Demonstre e faça por merecer.
Não puxo saco
de ninguém, bajular alguém, nem espere isso de mim. Detesto que puxem meu saco
também. Não for à festa sem ser convidada. Não faço amizades por conveniência.
Não sei rir se não estou achando engraçado. Não seguro o choro se o coração
estiver apertado, choro de alegria, choro de tristeza, choro de decepção... Não
atendo o telefone se não estou com vontade de conversar. Não namoro pra falar
que tenho alguém. Nunca fiz parte de grupos em que as pessoas pensassem,
agissem e se vestissem todas iguais. Nunca precisei beber, fumar ou me drogar
pra pertencer a nenhum grupo social. Esta não sou eu.
Sou eu a cidadã cansada dos padrões
machistas da sociedade. Sou eu a cidadã cansada de ver as capas de revistas com
corpos de fora e imaginar se o que conta realmente é ter alguma coisa por
dentro. A cidadã que, de tanto pensar, não dorme. De tanto não dormir, não
pensa. A cidadã que, aos onze anos de idade, queria consertar o mundo fazendo cover da Xuxa nas escolas
e falando pras crianças não se drogarem. A cidadã que não confia nos homens,
não acredita na humanidade e gostaria de adotar uma girafa. A cidadã que
planeja montar uma família com onças, aves e siris - além da girafa. Sou eu
essa cidadã estranha. Sonho que sou a Branca de Neve e acordo engasgada com a
maçã.
E de tanto conviver
com pessoas hipócritas, medíocres, aprendi a sentir de longe e jogar fora o que
não presta. Ou melhor, saio eu mesma da relação. Não faz mais sentido acreditar
que a sua amiga interesseira vai ser uma pessoa melhor depois que você
conversar com ela e mostrar caminhos de mudanças e que pode ser bem sucedida
por seus méritos. Ou que seu “chefe” vai reconhecer seu esforço, perceber que
os projetos devem ser pensado, planejado, executado e avaliado. Pena. Não
funciona dessa forma, só mesmo na minha cabeça e na minha personalidade
perfeccionista.
O que incomoda
vai estar sempre ali no mesmo lugar. As pessoas acomodadas nunca vão querer
mudanças, querem realmente que você se retire.
(Texto de origem do http://www.ateondevai.com adaptado Bel)
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